domingo, 23 de agosto de 2009

Só um sentimento(ou vários)

Hoje, 23 de agosto, tivemos uma reunião muito proveitosa, onde discutimos vários detalhes, tanto do documentário quanto das mídias de apoio, como esse blog, o nosso twitter e algumas outras coisas que brevemente aparecerão. Conversamos muito sobre o roteiro do doc., assistimos aos vídeos das filmagens do jogo de terça-feira(19), descrito pelo caro João Daniel no post anterior(o qual posso dizer estar muito bem escrito), escolhemos cenas importantes e com força suficiente para transmitir o nosso objetivo.

Confesso ter sido um dia muito agradável, estar reunido com pessoas que fazem de um projeto sem grandes pretensões algo tão forte e único. Poder ouvir a trilha sonora, sendo produzida por Davi Lara, me enriqueceu de um sentimento muito grandioso em relação a identidade do projeto, faixas autorais e riquíssimas. O envolvimento de todos tem sido uma das coisas mais fascinantes, poder ver pessoas trabalhando junto para que uma vontade ganhe vida, é gratificante.

Esse post é só um pouco do meu sentimento de poder fazer parte da equipe, espero continuar ajudando muito e transformando o documentário Tôro Sessenta e Nove num projeto cada vez mais vivo.

Abraços

Autor: Caio Augusto

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Um dia de filmagem

Terça-feira, dia 19 de agosto de 2009. Eu – João Daniel – Adson e Ederval estávamos prontos para mais um dia de filmagem – estamos, enfim, começando a gravar. O que nos afigurava-se algo um tanto quanto simples, prático e objetivo, se tornou num verdadeiro chafariz de problemas. Nunca, em momento algum da pré-produção, se passou pelas nossas cabeças que estaríamos diante de tantos imprevistos.

Ao final do dia, Ederval proferiu uma reflexão certeira: o dia foi cansativo e ocorreram fatos lamentáveis (alguns até irreversíveis), mas tudo isso serviu para nós como uma lição. A partir de agora, podemos considerar que estamos meio que isentos, não dos problemas, mas da idéia de que não teríamos problemas.

Eu poderia transformar esse texto numa crônica cômica, elencando as pequenas tragédias pelas quais passamos, como o fato de que tivemos de ir a um salão de beleza pegar uma chave de fenda para tentar consertar um spot de luz ou ao mais hilário ainda fato de que não pude ficar na beira do campo para ajudar na filmagem porque, pasmem!, eu estava de bermuda. Mas devo falar mais, ainda que brevemente, sobre a experiência de operar uma filmadora digital – algo que, por Deus, é dificílimo.

O dia era de jogo do Fluminense de Feira atual. Fluminense X Tupi, jogo de ida. Pretendíamos filmar não só o jogo, mas a preleção, os bastidores no vestiário e no CT e os eufóricos estímulos de todos para todos, como os abraços de urso, as rezas de pai-nosso, os xingamentos aos mineiros do Tupi e os xingamentos ao nada, utilizados apenas pelo próprio prazer de xingar. Logo de cara já tivemos um empecilho: o treinador não queria filmagens, pois não queria que os jogadores se desconcentrassem. A postura dele era compreensível, mas fizemos questão de tentar filmar, e argumentamos que não éramos imprensa, que não divulgaríamos o material na mídia ou coisa parecida.

A partir daí surgiram problemas de transporte e de comunicação, mas não desistimos da nossa empreitada. A única coisa que nos faria parar era a Natureza: se chovesse, não filmaríamos. Não choveu.

O primeiro tempo terminou de 0 a 0. A filmagem foi feita lá no campo, atrás do gol, em vários ângulos (vale lembrar que nosso documentário fala da campanha de 69, mas temos a pretensão de alternar as fotos e registros visuais e radiofônicos da época com imagens atuais, apenas para ilustrar). No segundo tempo, Eder e Adson subiram para a platéia e pude acompanha-los (ainda contamos com a presença ilustre do camarada Uyatã, que ajudou a equipe); porém, em poucos minutos, o Tupi fez um gol. Era 1 a 0, e a torcida esmorecia, enquanto as imagens iam ficando cada vez menos empolgantes. Só no final do jogo é que o Fluminense viria empatar, e a torcida organizada Falange Tricolor vibraria com paixão novamente. Filmamos tudo.

A experiência de filmar as pessoas é incrível. A presença de uma câmera daquele tamanho intimidava os torcedores, mas não no sentido de retraí-los, e sim de imbuí-los em atributos que provavelmente não são comuns em suas respectivas personalidades. Estou querendo dizer que todos se tornavam mais amigáveis, queriam ajudar, queriam ser úteis (e se portavam de uma maneira que provavelmente não era a mesma que adotavam no seu dia-a-dia). Se pedíamos pra sair da frente, saíam; se pedíamos pra gritar mais, gritavam; se pedíamos pra fazer algum número ensaiado, faziam. Em certo momento, peguei a filmadora e estava pensando num ângulo interessante enquanto olhava os torcedores frenéticos acima de mim. Adson me interpretou erroneamente: achou que eu estava receoso de subir no meio do povo com aquela câmera profissional recém-adquirida (ah: a câmera é de Murilo, também da equipe) e disse “Pode subir, não tenha medo”. Um dos torcedores ouviu, e veio me “encorajar” também: disse que eu podia avançar, que ninguém ia morder, e começou a falar com todos para sair da frente, para abrir espaço, para fazer bonito frente à câmera.

Naturalmente, a maioria das pessoas era movida pela vaidade – não foram poucos os que perguntavam se ia “sair na Globo amanhã”. Mas havia, dentro de todos aqueles corpos, uma harmonia, um desejo único de fazer algo bonito, algo que valesse a pena, e o mais importante: que isso fosse feito coletivamente. Quando terminou o jogo e desligamos a câmera, várias pessoas vieram nos perguntar o que é que estávamos fazendo. E vimos Ederval e Adson, os idealizadores do projeto, se deleitando em explicar a todos, sem discriminação, que estávamos produzindo um documentário sobre o Fluminense de Feira. Curiosamente, todos, sem exceção, perguntaram se a gente era de Feira “mesmo”. Alguns chegaram a comentar: “Até que enfim estão fazendo alguma coisa ‘assim’ pelo time”. E essa reação está, afinal, diretamente ligada ao nosso objetivo: despertar na população feirense esse sentimento de que sim, existem pessoas que estão preocupadas em resgatar a memória e a cultura local e que sim, mais ainda, é notório e louvável o fato de que tudo isso só poderia ser realizado em conjunto com os próprios habitantes daqui. Porque nada irá substituir a imagem de um líder de torcida puxando um coro com a voz já terrivelmente rouca ou um torcedor indignado gritando para um jogador: “Você é um v**** mermo, seu corno.”

Autor: João Daniel

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Samba e Futebol

O projeto do nosso documentário, como os senhores talvez já saibam, inclui uma trilha original. A produção da trilha sonora, assim como o vídeo, se dá, basicamente, em duas fases: primeira, a gravação; e a posterior edição (em concomitância à edição do filme), para a sincronização de música e vídeo. Detenhamo-nos na primeira fase. A gravação dos temas do Tôro Sessenta e Nove pode ser entendida como uma produção dentro de uma outra maior. Em mania de sistematicidade, subdividi-a em três etapas: a primeira, silenciosa, a da composição, foi cumprida no prazo estipulado; já temos as três canções (esperamos disponibilizá-las, o quanto antes, aqui no blog) que se desdobrarão ao longo dos ensaios, — a segunda etapa —, e, para finalizar, teremos a gravação em estúdio.

Estamos na segunda etapa que teve seu ponto de partida numa quarta-feira, dia de jogo. Dinho, dono da casa onde se realizaria o ensaio, chamou atenção pra esse embaraço. Eu joguei a culpa em Bernardo, nosso violonista. E Dinho, sinceramente conformado, acedeu. Trocamos o futebol pelo samba.

Dinho e Bernardo integram o chorinho Amigos do Aruá que se apresenta toda sexta no Antiquário. A presença desses músicos traz o garbo descontraído do choro para o documentário. Somado o meu violão, aí está o nosso naipe de cordas completo. Bernardo toca ao modo dos antigos, ferindo secamente as cordas mais graves do instumento donde sobejam aqueles ataviados bordões. Do bandolim de Dinho já pingaram solos que perpassaram gerações. Sua companhia, sua experiência, são inspiradoras. No ensaio, ele foi um capítulo à parte.

Falou-nos um pouco da sua carreira: foi músico integrante do trio Tapajós nos anos oitenta, já tocou com músicos como Armandinho, Luiz Caldas; com Gilberto Gil não tocou, pois o mestre, quando jovem, não se sentia à vontade com acompanhamento. A conversa se desenvolvia, intercalando as passagem de som, no clima agradável do estúdio no andar de cima de sua casa.
Ederval Fernandes, o mais pluriapto integrante da produção, cumprindo sua função de produtor musical, também estava presente, ritmando com o pandeiro.

Em breve teremos toda a banda reunida (que inclui ainda um percussionista e um tecladista). À medida que os ensaios tiverem prosseguimento, atualizo o blog.

Até mais ver.

Autor: Davi Lara

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Nova marca

O Projeto agora de marca nova e definitiva, traz uma identidade única ao documentário. Simbolicamente a marca faz uma referência a um Touro com as cores do Flu, além de transmitir a passagem de uma película, associando diretamente ao filme.

Com essa nova cara, damos mais um passo para que o esforço de resgatar a história feirense seja ainda mais válido.

Espero que gostem da nova marca e das pequenas modificações no blog.
Abraços.

Autor: Caio Augusto

domingo, 19 de julho de 2009

Entrevista na Princesa FM, programa Bom Dia Feira, de Dilson Barbosa - 18/07/09

Dilson Barbosa e as mãos de Adson, de um lado, e de Itajaí, do outro

Logo após a nota de divulgação do documentário Tôro Sessenta e Nove ter sido enviada à parte da imprensa local, nossa produção foi convidada a participar do programa Bom Dia Feira, de Dilson Barbosa, na Princesa FM, para falar mais sobre o projeto.

Chegamos lá por volta das 20 pras 7 da manhã deste último sábado, Adson e eu.

Fomos muito bem recebidos pela equipe de Dilson. Uma pena não lembrar o nome da moça muito simpática com voz de veludo, com quem conversei rapidamente sobre o show de Caetano (que não fui) e do estagiário engraçado que lia as chamadas internacionais. Só lembro mesmo de Itajaí, o filho, por motivos óbvios. Mas deixo aqui minha gratidão a todos.

Como foi a minha primeira vez em um estúdio, deixei que Adson assumisse as rédeas da entrevista, afinal ele já trabalhara numa rádio em Itabuna, estava mais habituado ao troço. E não se saiu mal. Como também, do pouco que falei, não me envergonho (muito).

Esquecemos coisas pontuais, é verdade, muito pelo nervosismo, mas o essencial foi dito. Falamos dos apoios, do blog, da necessidade que a produção tem de arquivos da época do campeonato, e, é claro, falamos do projeto em si, de sua relevância e pertinência para a cidade.

Adson foi bem severo ao dizer que Feira não possuía quase nada com que a sua população pudesse se orgulhar, daí o documentário querer resgatar e projetar para as novas gerações este trecho importante da história feirense, que é o bicampeonato estadual de um equipe do interior, inédito até hoje. De certa forma, até concordo com ele, mas por outro viés: pra mim a população feirense quase nada possui para que sua terra possa se orgulhar. O documentário surge como uma tentativa de reparação deste pecado.

Dilson realmente gostou do projeto, não fez qualquer restrição em ser um dos entrevistados. Como ele e Itajaí (o pai) acompanharam de perto o campeonato de 69, impossível não chamá-los. Agora só falta Itajaí aceitar.

Dilson também nos prometeu alguns arquivos da época, inclusive um filme em 20mm com imagens de jogos do Fluminense e do dia em que Pelé esteve aqui em Feira, nos anos 70.

Não foi possível agora, porque é preciso editá-lo, mas em breve colocaremos aqui um vídeo caseiro com Dilson contando a história do dia que o garoto Zico foi dispensado pelo Fluminense de Feira por causa do seu porte atlético de alfinete.

Essa vocês não sabiam. Nem eu.

Tenham uma boa noite.

Autor: Ederval Fernandes

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Matéria enviada a Imprensa

Documentário sobre o Fluminense de Feira – os 40 anos do bicampeonato estadual

Final da década de 60. Anos de chumbo da ditadura. O AI-5 recém declarado. Prisões, torturas, censuras, exílios. E no meio disto tudo, o futebol refém dos generais. A arte brasileira a serviço da alienação, o chamado “ópio do povo”.

É nesse contexto conturbado que o Fluminense de Feira vence pela segunda vez o Campeonato Baiano. O escore foi belíssimo: em 31 partidas, conseguiu 19 vitórias, 9 empates e apenas 3 derrotas. Mas o melhor de 1969 não foi só o título. Foi a qualidade do futebol apresentado pelo escrete feirense, que até hoje habita as mais doces lembranças e ganha vida em frases e sentimentos dos torcedores, ex-jogadores e comissão técnica.

É com a preocupação de preservar esta história que os documentaristas Adson Sá, Caio Augusto, Davi Lara, Ederval Fernandes, João Daniel, Lara Chara e Murilo Deolino estão realizando o documentário “Tôro Sessenta e Nove”, no período de junho a novembro de 2009. Essa produção vai mostrar a influência do futebol para a população feirense e a repercussão de uma conquista a nível estadual de um clube do interior da Bahia, em uma época em que essa competição era a grande sensação desse esporte bretão, valorizando o contexto histórico-cultural da cidade.

Contando com o apoio da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Faculdade de Ciências Educacionais de Valença – BA (FACE) e o Fluminense de Feira Futebol Clube, o documentário vai restaurar um pouco da história de Feira de Santana através do seu clube de futebol mais popular.

O lançamento do documentário “Tôro Sessenta e Nove” está previsto para novembro de 2009. No período acontecerá uma mesa redonda na UEFS sobre o tema, com a participação dos jogadores campeões, da diretoria atual do clube e da equipe de produção do vídeo.

Para quem quiser acompanhar o diário de produção do documentário, pode acessar o blog www.torosessentaenove.blogspot.com

OBS: Estamos à procura de arquivos da época do bicampeonato estadual para auxiliar na nossa pesquisa e utilizarmos na edição do documentário. Quem possuir fotos, vídeos, pôsteres, camisas, entre outros materiais, por favor, entre em contato com a nossa equipe através do e-mail: docfluminense@yahoo.com.br ou pelos telefones (75) 8847-5578 (Adson) ou (75) 8129-4608 (Ederval).

Abraço,

Equipe de Produção
Documentário “Tôro Sessenta e Nove”

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Mizael - O carrapato

Segue abaixo uma pequena amostra da entrevista com Mizael, o grande carrapato da zaga Taurina. Uma pessoa extremamente simpática e um ilustre ex-jogador de futebol, bi-campeão estadual (1963 e 1969) pelo Fluminense de Feira. Segundo ele mesmo disse, fazendo alusão a como Juca Dias - ex-presidente do clube nos anos 60 -, se referia aos jogadores do Flu: "eles são patrimônio do time". Mas, Mizael, o marcador, o brigador, o atleta, o velocista é mais do que isso. Ele é patrimônio de Feira.


Vídeo (amador) com parte da conversa que a
equipe teve com Mizael (30.06.09)

Autor: Adson Sá

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Visita ao ex-jogador Mizael e reunião com Marcus, diretor de marketing do Fluminense de Feira

Dois encontros essa semana foram fundamentais para o andamento do documentário.

Batemos à porta do ex-jogador Mizael, presente nos dois títulos estaduais do Fluminense (63-69), quem nos reservou uma tarde de conversa agradável, rememorando detalhes do cotidiano do clube, do espírito de Feira em relação ao Fluminense e da sua própria vida como atleta de futebol.

Lateral direito de origem, mas como fez questão de deixar claro, só não jogou de centroavante e de goleiro no Fluminense, Mizael não teve medo de nos confessar que seu trato com a bola nunca foi muito refinado. Suas qualidades estavam associadas à obediência tática, ao vigor físico (era dos poucos naquele tempo que levavam os treinos físicos à sério), à marcação implacável e à boa chegada à linha de fundo (requisitos essenciais para o futebol moderno). “Sempre fui bom de marcar, era eu que cobria as domingadas de Onça, que o técnico Miraglia depois de certo tempo começou a proibir”. Onça foi lateral esquerdo do Fluminense, que por vezes jogava de beque-central, chegado a uma domingada*.

Das medalhas que ele ganhou com o Fluminense, só restou uma, ofertada pelo governador da Bahia aos campeões de 69. Sua camisa lhe tomaram. Ele tem, no entanto, um álbum cheio de fotos da época de jogador. Fotos nos estádios, nos hotéis, nos “churrascos” pós-jogos, muitas, muitas fotos excelentes para o filme.

Nos despedimos de Mizael esperançosos com a sua contribuição para o documentário. Ele, pelo que eu senti, ficou muito feliz com a visita e com o projeto. Satisfação mútua, isso foi o melhor. Quando me despedi dele, fiz questão de olhar-lhe nos olhos e dizer-lhe, apertando a sua mão: “foi um prazer ter conhecido um bicampeão baiano”. Ele sorriu, meio embaraçado.

Depois que saímos da casa de Mizael, fomos ao encontro de Marcus, diretor de marketing do Fluminense. Eu estava um tanto ansioso, porque o projeto ficaria meio inviável se não houvesse um apoio oficializado do clube.

Minha primeira preocupação era consertar um equívoco. Me incomodava o tratamento que certos dirigentes do clube estavam dando ao projeto e à produção (Eu e Adson, sobretudo), um pouco mesmo por culpa nossa, por não termos corrigido a tempo certo estigma que nos deram.

Eles estavam pensando que o documentário não passava de um “trabalho de faculdade”. Em nossas primeiras conversas com parte da diretoria do Fluminense, ganhamos a alcunha de “alunos da UEFS” e ficamos constrangidos e calados. Sendo que Adson jamais o foi e eu, apesar de está matriculado em Letras, ainda espero minhas aulas de Economia começarem. Então quando eu e Adson nos sentamos para conversar com Marcus, a primeira coisa que eu disse foi que, apesar da UEFS já ter oficializado seu apoio através da TVU, o documentário só correspondia a um desejo inicialmente meu (depois ressuscitado por Adson), de contar a história deste bicampeonato estadual do Fluminense.

Entendido isso, nossa conversa começou a tratar de questões mais direcionadas à publicidade do projeto, à captação de recursos e às conseqüências que o documentário trará tanto para a “marca” Fluminense quanto a nós idealizadores.

Na parte da captação de recursos, ficou acordada nossa presença (minha e a de Adson) a um jantar que será promovido pelo clube à classe empresarial da cidade, dia 7 próximo, para termos a chance de conversar com eles a respeito da pertinência do projeto e da inviabilidade de fazê-lo sem apoios financeiros.

Saímos de lá satisfeitos com a recepção de Marcus ao projeto. Comentei com Adson que foi só eles nos darem uma chance, que soubemos apresentar o filme com sua devida importância. Espero que no dia 7 isto se repita.

Tiramos algumas fotos de Mizael e até fizemos alguns vídeos caseiros. Em breve disponibilizaremos aqui. Ele é uma figura.

Então, é isso. Boa noite.

*jogada característica de Domingos da Guia, que, ao desbaratar um ataque, saía driblando seus oponentes na própria defesa, com uma elegância e uma inconseqüência simplesmente geniais.

Autor: Ederval Fernandes

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Diário de Produção

Vou tentar mantê-los informados acerca dos últimos acontecimentos para a produção do documentário “Tôro Sessenta e Nove”.

Já aconteceram mais duas reuniões com a equipe da TV UEFS, explicamos o projeto para mais um tanto de gente que trabalha lá e finalmente a coordenadora assinou o ofício autorizando a utilização dos equipamentos (câmera Panasonic DVC 60, spot de luz e ilha de edição) e vai vir no pacote os técnicos de câmera e de edição. Lá também poderemos telefonar (desde que marcado com antecedência), com exceção para celulares, porque na Universidade é bloqueado.

Temos alguns empecilhos em relação ao transporte (tanto em Feira de Santana, quanto para viagens da equipe) e ao estúdio para gravação das músicas. Vamos tentar algum fornecimento – o qual a pessoa terá seu nome devidamente disposto nos créditos do doc -, ou alugado mesmo, que está até incluso no orçamento.

Eu e Eder visitamos algumas locações e coletamos informações de alguns ex-jogadores. Realmente foram muito úteis, principalmente quando conversamos com Delorme (craque do Fluminense em 69). Ele nos falou tudo que pôde, tanto no que diz respeito à vida pessoal, quanto administrativa e esportiva. Está disponível e não fez nenhuma ressalva para ser filmado. Alguns ex-jogadores não encontramos, mas estamos atrás e não vai ser difícil contatá-los. As locações estão muito boas também. Estádio, praça próxima ao estádio, bar do fluminense.

Para o setor de captação de recursos, estamos esperando uma reunião marcada com a equipe do marketing do Fluminense que nos garantiu que ia conseguir algumas empresas para fechar parcerias. Da última vez ele não pode ir para a reunião conosco, porém estamos agilizando essa parte. E esse encontro será muito importante, pois, o Fluminense vai assinar o ofício autorizando-nos a entrar no estádio, vestiário, acompanhar os jogadores, treinos, nos dando toda a liberdade possível para produzir o doc.

Eder já está agilizando bem a parte de pesquisas em jornais, mas temos que ter mais coisas. Conseguimos também uma entrevista que João Durval deu para um programa de rádio local falando sobre o Fluminense de Feira, já que nos anos 60 ele foi prefeito da cidade e também presidente do clube.

Abraço em todos

Autor: Adson Sá

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Delorme - O Gerson da Bahia

Craque de bola, como poucos já vistos nesse Estado, Delorme jogou por 5 anos no Fluminense de Feira (1968 - 1972). No bi-campeonato estadual de 69, dos 21 gols feitos pelo artilheiro Freitas, 90% dos passes foi do, considerado por muitos, "Gerson da Bahia". Canhoto, com visão de jogo aprimorada e jogando de cabeça erguida, Delorme comandava o meio de campo, enfiando seus lançamentos de "50 jardas", junto com Merrinho, o grande guardião da zaga taurina.

Encontramos agora, 40 anos após o título, o burocrata Delorme, trabalhando para a Prefeitura de Feira de Santana na Secretaria de Desenvolvimento Social. Ainda possui porte de jogador e tem características bem próximas do craque Gerson, que comandou outro time tricolor homônimo do Touro do Sertão, o Fluminense do Rio de Janeiro. Ele nos deu muitas informações da época do bi, no que diz repeito à relação pessoal dos jogadores, a questão administrativa e esportiva do grande time do Flu, que também tinha um apelido sugestivo: o "Santos da Bahia" (sim, aquele com Pelé, Edu, Carlos Alberto Torres, Clodoaldo, Alcindo, Marinho Perez...).


Vídeo (amador) com parte da conversa que a
equipe teve com Delorme (18.06.09)

Autor: Adson Sá

Visitando Locações

Pintura na sede do Fluminense

Bar do Fluminense (Próximo ao Estádio Jóia da Princesa)

Gol!

Escanteio!

Jóia da Princesa

Praça próximo ao Jóia

Local onde meninos jogam "pelada". Com o Jóia ao fundo.

Praça

Seguindo o cronograma estipulado pela equipe, no qual os meses de junho e julho serão para as pesquisas e visitação das locações, além da captação de recursos parar produzir o doc, fomos em alguns lugares onde consideramos bons para a gravação. Visitamos o estádio Jóia da Princesa e a praça próximo a ele (onde vai acontecer algumas cenas). Depois fomos no bar do Fluminense, que também fica próximo ao estádio, e que vai servir de cenário para algum entrevistado. Tiramos algumas fotos para todos conhecerem os locais e gravamos alguns videos (amadores) só para percebermos um pouco a iluminação do local e alguns ângulos que poderão ser utilizados.


Vídeo Amador da visitação ao Jóia (o gol mostrado no final do vídeo foi do amistoso entre o Touro e o Atlético de Alagoinhas, realizado no dia 18/06/09 - o Flu venceu por 1x0)

Autor: Adson Sá

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Apresentação da Comissão técnica e jogadores para série D - 2009

O novo comandante Zanata (à direita) e integrantes da nova comissão técnica sob o olhar de Zé Chico (ao fundo), presidente do conselho deliberativo do clube

Apresentação dos novos jogadores para o campeonato brasileiro da série D de 2009

Os jogadores

Nesses pés estão a esperança do Touro para 2009

Já nesses pés, ironicamente sobre o gramado, fica a responsabilidade de organizar administrativamente o clube. São os cartolas.

Diretoria e comissão técnica

Zanata fazendo o seu discurso. Segundo ele, já tem experiência de ter trabalhado com o técnico campeão mundial de clubes: Abel Braga

Discurso do presidente do Touro, Ewerton Cerqueira

Placa da inauguração do Centro de Treinamento (01.01.2000)

Reflexo

terça-feira, 2 de junho de 2009

Série D

Ontem à tarde no CT do Novo Horizonte o Fluminense apresentou parte do novo elenco e a nova comissão técnica (Zanata é o treinador) que começará os trabalhos visando a Série D.

Dirigentes, torcedores, funcionários do clube, jogadores, ex-jogadores, impressa e curiosos participaram da apresentação. Conversamos com todos.

A produção bem que tentou, mas não deu para filmar nada. Para alívio dos dirigentes, que agradeceram: “pelo menos dá tempo da gente pintar as paredes”. Tiramos muitas fotos e, o melhor, conversamos sobre o documentário com pessoas influentes e recolhemos um cem números de contatos e promessas. É só ir atrás.

As fotos do CT — juntamente com alguns comentários sobre a estrutura do local — postamos amanhã (ou depois).

Boa noite.

Autor: Ederval Fernandes

sexta-feira, 29 de maio de 2009

O documentário sobre Fluminense de Feira

O ano é 1969. 31 partidas depois, com um escore belíssimo de 19 vitórias, 9 empates e apenas 3 derrotas, o Fluminense de Feira, bravo Touro do Sertão, um time cheio de craques — Delorme, Freitas, Merrinho, Ubirajara, João Daniel... — sagrou-se bicampeão baiano de profissionais com dois meses de antecedência, saindo-se bem inclusive de uma virada de mesa promovida pelo Bahia e a Federação Bahiana.

Além do Fluminense, do interior somente o Colo-Colo de Ilhéus conseguiu vencer mais outro campeonato. Isto, aliás, em 2006, época onde as competições estaduais já não possuem tanta relevância no cenário futebolístico. Diferentemente dos anos sessenta. Naquela época sequer o Campeonato Brasileiro havia sido articulado (começaria apenas em 71) e as disputas locais eram a grande sensação, sem falar em todo contexto histórico: havia poucos pernas-de-pau atuando nos clubes, já que os craques ainda jogavam aqui.

Mas o melhor de 1969 não foi o título, foi a beleza plástica do jogo apresentado pelo escrete feirense nas canchas baianas — quem assistiu aos jogos, hoje relembra com brilhos nos olhos e palavras emocionadas. São quase unânimes os comentários a respeito desse time, que só um desastre o tiraria o título.

É preocupado com a preservação dessa história que o documentário Tôro Sessenta e Nove surge. Pois, convenhamos, seria imprudente demais deixar toda uma geração de craques esquecida, jogada ao relento.


Autor: Ederval Fernandes.