domingo, 19 de julho de 2009

Entrevista na Princesa FM, programa Bom Dia Feira, de Dilson Barbosa - 18/07/09

Dilson Barbosa e as mãos de Adson, de um lado, e de Itajaí, do outro

Logo após a nota de divulgação do documentário Tôro Sessenta e Nove ter sido enviada à parte da imprensa local, nossa produção foi convidada a participar do programa Bom Dia Feira, de Dilson Barbosa, na Princesa FM, para falar mais sobre o projeto.

Chegamos lá por volta das 20 pras 7 da manhã deste último sábado, Adson e eu.

Fomos muito bem recebidos pela equipe de Dilson. Uma pena não lembrar o nome da moça muito simpática com voz de veludo, com quem conversei rapidamente sobre o show de Caetano (que não fui) e do estagiário engraçado que lia as chamadas internacionais. Só lembro mesmo de Itajaí, o filho, por motivos óbvios. Mas deixo aqui minha gratidão a todos.

Como foi a minha primeira vez em um estúdio, deixei que Adson assumisse as rédeas da entrevista, afinal ele já trabalhara numa rádio em Itabuna, estava mais habituado ao troço. E não se saiu mal. Como também, do pouco que falei, não me envergonho (muito).

Esquecemos coisas pontuais, é verdade, muito pelo nervosismo, mas o essencial foi dito. Falamos dos apoios, do blog, da necessidade que a produção tem de arquivos da época do campeonato, e, é claro, falamos do projeto em si, de sua relevância e pertinência para a cidade.

Adson foi bem severo ao dizer que Feira não possuía quase nada com que a sua população pudesse se orgulhar, daí o documentário querer resgatar e projetar para as novas gerações este trecho importante da história feirense, que é o bicampeonato estadual de um equipe do interior, inédito até hoje. De certa forma, até concordo com ele, mas por outro viés: pra mim a população feirense quase nada possui para que sua terra possa se orgulhar. O documentário surge como uma tentativa de reparação deste pecado.

Dilson realmente gostou do projeto, não fez qualquer restrição em ser um dos entrevistados. Como ele e Itajaí (o pai) acompanharam de perto o campeonato de 69, impossível não chamá-los. Agora só falta Itajaí aceitar.

Dilson também nos prometeu alguns arquivos da época, inclusive um filme em 20mm com imagens de jogos do Fluminense e do dia em que Pelé esteve aqui em Feira, nos anos 70.

Não foi possível agora, porque é preciso editá-lo, mas em breve colocaremos aqui um vídeo caseiro com Dilson contando a história do dia que o garoto Zico foi dispensado pelo Fluminense de Feira por causa do seu porte atlético de alfinete.

Essa vocês não sabiam. Nem eu.

Tenham uma boa noite.

Autor: Ederval Fernandes

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Matéria enviada a Imprensa

Documentário sobre o Fluminense de Feira – os 40 anos do bicampeonato estadual

Final da década de 60. Anos de chumbo da ditadura. O AI-5 recém declarado. Prisões, torturas, censuras, exílios. E no meio disto tudo, o futebol refém dos generais. A arte brasileira a serviço da alienação, o chamado “ópio do povo”.

É nesse contexto conturbado que o Fluminense de Feira vence pela segunda vez o Campeonato Baiano. O escore foi belíssimo: em 31 partidas, conseguiu 19 vitórias, 9 empates e apenas 3 derrotas. Mas o melhor de 1969 não foi só o título. Foi a qualidade do futebol apresentado pelo escrete feirense, que até hoje habita as mais doces lembranças e ganha vida em frases e sentimentos dos torcedores, ex-jogadores e comissão técnica.

É com a preocupação de preservar esta história que os documentaristas Adson Sá, Caio Augusto, Davi Lara, Ederval Fernandes, João Daniel, Lara Chara e Murilo Deolino estão realizando o documentário “Tôro Sessenta e Nove”, no período de junho a novembro de 2009. Essa produção vai mostrar a influência do futebol para a população feirense e a repercussão de uma conquista a nível estadual de um clube do interior da Bahia, em uma época em que essa competição era a grande sensação desse esporte bretão, valorizando o contexto histórico-cultural da cidade.

Contando com o apoio da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Faculdade de Ciências Educacionais de Valença – BA (FACE) e o Fluminense de Feira Futebol Clube, o documentário vai restaurar um pouco da história de Feira de Santana através do seu clube de futebol mais popular.

O lançamento do documentário “Tôro Sessenta e Nove” está previsto para novembro de 2009. No período acontecerá uma mesa redonda na UEFS sobre o tema, com a participação dos jogadores campeões, da diretoria atual do clube e da equipe de produção do vídeo.

Para quem quiser acompanhar o diário de produção do documentário, pode acessar o blog www.torosessentaenove.blogspot.com

OBS: Estamos à procura de arquivos da época do bicampeonato estadual para auxiliar na nossa pesquisa e utilizarmos na edição do documentário. Quem possuir fotos, vídeos, pôsteres, camisas, entre outros materiais, por favor, entre em contato com a nossa equipe através do e-mail: docfluminense@yahoo.com.br ou pelos telefones (75) 8847-5578 (Adson) ou (75) 8129-4608 (Ederval).

Abraço,

Equipe de Produção
Documentário “Tôro Sessenta e Nove”

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Mizael - O carrapato

Segue abaixo uma pequena amostra da entrevista com Mizael, o grande carrapato da zaga Taurina. Uma pessoa extremamente simpática e um ilustre ex-jogador de futebol, bi-campeão estadual (1963 e 1969) pelo Fluminense de Feira. Segundo ele mesmo disse, fazendo alusão a como Juca Dias - ex-presidente do clube nos anos 60 -, se referia aos jogadores do Flu: "eles são patrimônio do time". Mas, Mizael, o marcador, o brigador, o atleta, o velocista é mais do que isso. Ele é patrimônio de Feira.


Vídeo (amador) com parte da conversa que a
equipe teve com Mizael (30.06.09)

Autor: Adson Sá

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Visita ao ex-jogador Mizael e reunião com Marcus, diretor de marketing do Fluminense de Feira

Dois encontros essa semana foram fundamentais para o andamento do documentário.

Batemos à porta do ex-jogador Mizael, presente nos dois títulos estaduais do Fluminense (63-69), quem nos reservou uma tarde de conversa agradável, rememorando detalhes do cotidiano do clube, do espírito de Feira em relação ao Fluminense e da sua própria vida como atleta de futebol.

Lateral direito de origem, mas como fez questão de deixar claro, só não jogou de centroavante e de goleiro no Fluminense, Mizael não teve medo de nos confessar que seu trato com a bola nunca foi muito refinado. Suas qualidades estavam associadas à obediência tática, ao vigor físico (era dos poucos naquele tempo que levavam os treinos físicos à sério), à marcação implacável e à boa chegada à linha de fundo (requisitos essenciais para o futebol moderno). “Sempre fui bom de marcar, era eu que cobria as domingadas de Onça, que o técnico Miraglia depois de certo tempo começou a proibir”. Onça foi lateral esquerdo do Fluminense, que por vezes jogava de beque-central, chegado a uma domingada*.

Das medalhas que ele ganhou com o Fluminense, só restou uma, ofertada pelo governador da Bahia aos campeões de 69. Sua camisa lhe tomaram. Ele tem, no entanto, um álbum cheio de fotos da época de jogador. Fotos nos estádios, nos hotéis, nos “churrascos” pós-jogos, muitas, muitas fotos excelentes para o filme.

Nos despedimos de Mizael esperançosos com a sua contribuição para o documentário. Ele, pelo que eu senti, ficou muito feliz com a visita e com o projeto. Satisfação mútua, isso foi o melhor. Quando me despedi dele, fiz questão de olhar-lhe nos olhos e dizer-lhe, apertando a sua mão: “foi um prazer ter conhecido um bicampeão baiano”. Ele sorriu, meio embaraçado.

Depois que saímos da casa de Mizael, fomos ao encontro de Marcus, diretor de marketing do Fluminense. Eu estava um tanto ansioso, porque o projeto ficaria meio inviável se não houvesse um apoio oficializado do clube.

Minha primeira preocupação era consertar um equívoco. Me incomodava o tratamento que certos dirigentes do clube estavam dando ao projeto e à produção (Eu e Adson, sobretudo), um pouco mesmo por culpa nossa, por não termos corrigido a tempo certo estigma que nos deram.

Eles estavam pensando que o documentário não passava de um “trabalho de faculdade”. Em nossas primeiras conversas com parte da diretoria do Fluminense, ganhamos a alcunha de “alunos da UEFS” e ficamos constrangidos e calados. Sendo que Adson jamais o foi e eu, apesar de está matriculado em Letras, ainda espero minhas aulas de Economia começarem. Então quando eu e Adson nos sentamos para conversar com Marcus, a primeira coisa que eu disse foi que, apesar da UEFS já ter oficializado seu apoio através da TVU, o documentário só correspondia a um desejo inicialmente meu (depois ressuscitado por Adson), de contar a história deste bicampeonato estadual do Fluminense.

Entendido isso, nossa conversa começou a tratar de questões mais direcionadas à publicidade do projeto, à captação de recursos e às conseqüências que o documentário trará tanto para a “marca” Fluminense quanto a nós idealizadores.

Na parte da captação de recursos, ficou acordada nossa presença (minha e a de Adson) a um jantar que será promovido pelo clube à classe empresarial da cidade, dia 7 próximo, para termos a chance de conversar com eles a respeito da pertinência do projeto e da inviabilidade de fazê-lo sem apoios financeiros.

Saímos de lá satisfeitos com a recepção de Marcus ao projeto. Comentei com Adson que foi só eles nos darem uma chance, que soubemos apresentar o filme com sua devida importância. Espero que no dia 7 isto se repita.

Tiramos algumas fotos de Mizael e até fizemos alguns vídeos caseiros. Em breve disponibilizaremos aqui. Ele é uma figura.

Então, é isso. Boa noite.

*jogada característica de Domingos da Guia, que, ao desbaratar um ataque, saía driblando seus oponentes na própria defesa, com uma elegância e uma inconseqüência simplesmente geniais.

Autor: Ederval Fernandes